sexta-feira, 1 de abril de 2011

Isso, mais nada

Hoje não quero perder nenhum ônibus.
E não quero a embriaguez dos teus beijos,
Se eles calarem as vozes
Que eu tanto demorei a soltar
E sufocavam-me as ideias.

Quero um abraço que me liberte,
os meus lençóis com aquele cheirinho bom...

Hoje não quero tocar-te a alma.
Quero o beijo dos lírios
Nos meus olhos cansados de ser.

Não quero sorrisos de lado
Que me tonteiam até ficar sem rumo.

Não hoje, não mais.

Eu sei o que quero - por incrível que pareça.

Hoje quero a doçura
Que sei exatamente onde encontrar.

2 comentários:

  1. Nada de paixões que aprisionam e te enchem de pensamentos, apenas uma relação doce e de efeito libertador, sem se importar demais, sem ter que ser nada além de você...foi o que captei! Belo texto, parabéns, Aninha! Bjs!

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  2. Aspirações confusas entre o não-querer e o querer. Que geram certa ambigüidade.

    A certeza de que...
    "Não quero a embriaguez dos teus beijos,"
    Se dissolve na condição:
    "Se eles calarem as vozes"..

    Um verdadeiro: ou muda ou mudo!

    "Não-quero -x- Quero"; "Mal-quero -x- bem-quero"; "Mal-me-quer -x- Bem-me-quer"!

    Mas o ônibus... Não querer mais esperar o ônibus... é concreto demais! E estranho à poesia!

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