quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Nós

Ainda chove.
Férteis ficaram as ideias e a varanda.
Passadas as torrentes, chegou a garoa
Claros são os rastros de violência
Mas nos canteiros brotam débeis os verdes brotos.
Inacreditável é ainda sua sobrevivência,
Mas eles, irreverentes, cismam em brilhar infantis
Sob nuvens de chumbo.

Vestindo um sorriso pálido que lhe colore a face,
A poeira dos brilhantes que lhe ostentavam os olhos,
Ela, doce como sempre,
Parada na porta, observa a infância: sua e das folhas.
E, como elas, insiste em sorrir sob as nuvens de chumbo.

Só dez minutos...

Minha alma sempre nua,
E a tua,
Só panos.
Lembro-te doce, mas sempre longe
As bocas que não se encontram...
Uma só ligação, muitos enganos.

A cafeína impede o sono
O corpo esquenta
Será verão ou saudade?
Os olhos secos de motivos
E vermelhos de vontade

Será que você ainda sabe?

Eu lia pra você dormir.