sábado, 21 de maio de 2011

Diário

As partes minhas que arranco -
Peles e unhas
Expõem
A carne viva dolorida,
Aflita
Que trago dentro...
Embora permaneça
Com os olhos brandos
Contendo apenas uma faísca
Escapulida, à toa
Numa distração.
Certas coisas demoram a mudar...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Posso?

Só pra eu dizer que te vi,
Que te toquei,
Nos limites que o infinito outro pode ser tocado,
Com licença.
Me invento pra você caso queira
E isto não é qualquer coisa...
Sim, é pro meu prazer,
Você me permite?

É que dentre tantos Prometeus [neste mundo de gaiolas]
Com as vísceras expostas e ainda assim
inertes...
Seus olhos e boca e mãos e movimentos
Espalham
Uma deliciosa liberadade,
Vibrante
Plena.
Posso?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Pós

 Não mais conceito
Não mais consenso

[o humano] Só
                  De si e do outro
                  Só

Um parafuso:
a apertar
Só.
Por ele, o humano:


Sem futuro.
História com fim.

Sem poema: pedra e Sol.