domingo, 3 de abril de 2011

Ela, ele e eu

Invade-me o marasmo de um sábado qualquer
No teto, o ventilador gira - uma só vez,
Giro fictício, só a minha mente girou.
Que será que houve?
Eu queria respostas - e não havia.

Sim, estou a esquecer seu rosto,
Sempre assim.
Na verdade nunca o capturei de todo,
Sempre assim - por quê?

Escorrego
Pelas cadeiras e mesas da casa...
"Onde será que deixei...
O que mesmo?"

Ah, já sei!
A poesia, ela é que me falta.
Minha eterna amante,
Senti-la: eis do que preciso...

Imprecisa... em que papéis...
Em que fragmentos de cartas
Perdi-a? Sempre esquiva...
Onde escapara a infame?

Se enlouqueço?
Claro - humana que sou

Deixo-me em esquinas quaisquer.
Em sábados quaisquer...
Até que ela volte pra mim.

Mas você... ainda bem que você está sempre aqui.

3 comentários:

  1. Uma palavra: IRADO! Adorei o texto, vi todas as cenas, como num curta cult de algum festival por aí hahahha! Parabéns por conseguir manter a poesia em você, eu já a perdi há muito tempo e não mais a encontro! Bjs!!!

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  2. Excelente!
    Essa palavra já virou clichê.

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  3. Ínterim,
    Entre você e mim
    Eu parto
    E quando parto nasço
    Como um novo mim
    Mas a sua parte
    É um caso à parte
    Parte e fica
    Em mim

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