quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Nós

Ainda chove.
Férteis ficaram as ideias e a varanda.
Passadas as torrentes, chegou a garoa
Claros são os rastros de violência
Mas nos canteiros brotam débeis os verdes brotos.
Inacreditável é ainda sua sobrevivência,
Mas eles, irreverentes, cismam em brilhar infantis
Sob nuvens de chumbo.

Vestindo um sorriso pálido que lhe colore a face,
A poeira dos brilhantes que lhe ostentavam os olhos,
Ela, doce como sempre,
Parada na porta, observa a infância: sua e das folhas.
E, como elas, insiste em sorrir sob as nuvens de chumbo.

6 comentários:

  1. Grande Carol, a leveza do texto nos remete ao estado puro da contemplação: afinal, que risco há no temporal, nos raios, nos redemoinhos, na violência, na fragilidade das coisas simples, e naturais; hoje, brotos, amanhã, sequóias... E é isso mesmo; perante a vida, não somos diferentes disso. Bjs.

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  2. Um toque parnasiano nunca faz mal! Belo texto, tão belo que nem se percebe o sentido a primeira vista. Como eu disse, existem mil maneiras de se dizer uma mesma coisa e, neste caso, me parece que você usou sempre a forma mais bonita de passar sua mensagem! Beijos conceiçõnicos!

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  3. Aí, na moral, muito foda esse poema hein.
    sem zuação, sério mesmo...
    pow...
    sei lá...
    tem algo de sublime...
    muito bom!

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  4. Ah, até que enfim um blog novo! Nas férias eu tenho carência de poesia, te vendo tão pouco. Como diz uma amiga minha, que blog lindo, parabéns.

    = )

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  5. Gostei da miscelana!total você!
    :)
    saudade aninha!

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